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segunda-feira, outubro 02, 2006



Um jornal que marcou época no Sul

Livro conta a história do Diário de Notícias, jornal
gaúcho cuja história se confunde com a do Rio Grande

Por Evilazio de Oliveira

Ernesto Corrêa é personagem central da história do Diário de Notícias

A história de um dos mais importantes jornais do Rio Grande do Sul no século 20 - e de Ernesto Corrêa, seu diretor por 43 dos 54 anos de circulação - é contada no livro do jornalista Celito De Grandi, Diário de Notícias - o romance de um jornal.
O Diário de Notícias integrava os Diários Associados, de Assis Chateaubriand - o maior conglomerado de meios de comunicação no Brasil, nos anos 50 e 60 -, e circulou de 1925 até 30 de dezembro de 1979.

No livro, Celito De Grandi revive personagens e fatos que fizeram a história do Estado e do País nessa época. No livro, Celito De Grandi revive personagens e fatos que fizeram a história do Estado e do País nessa época. "Procurei retratar com a maior fidelidade, um período importante da história da imprensa gaúcha, desde a primeira metade do século 20, quando o Diário de Notícias e o Correio do Povo eram os mais expressivos jornais de Porto Alegre e disputavam a liderança do mercado".

Ele explica que o Correio caracterizava-se pela solidez econômica e uma linha editorial sóbria e conservadora. E o Diário, quase sempre com problemas financeiros - para se contrapor ao poderio do Correio -, era mais ágil, audacioso, sempre inovador em termos gráficos e editoriais, compara.

Foi um tempo fértil da história brasileira, com uma série de episódiosrelevantes, desde a Revolução de 30 até o movimento militar de 64 que derrubou João Goulart, passando pelo suicídio de Getúlio Vargas e a Legalidade. E, em todos eles, a imprensa teve um papel extremamente significativo, lembra Celito De Grandi.

O livro destaca a atuação e momentos da vida do diretor do jornal, Ernesto Corrêa, um dos fundadores e professor do curso de Jornalismo da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) e integrante da ARI (Associação Riograndense de Imprensa).O ano de 2005 assinala as comemorações dos 100 anos do nascimento de Ernesto Corrêa e os 80 anos de fundação do extinto Diário de Notícias.

O jornal surgiu com uma proposta inovadora em termos gráficos, com editorial na capa e três manchetes utilizando tipologia diferente para os títulos.

Fundado pelo filho de imigrantes italianos, Francisco de Leonardo Truda, 38 anos, ex-funcionário do Correio do Povo, Raul Pilla e João Pedro de Moura, encarregado da área administrativa, o novo jornal esclarecia: "...em duas palavras, aliás, se resume todo o nosso programa: seriedade na informação, honestidade na crítica". E, na página dois - relata Celito De Grandi - outro minieditorial, saudava os colegas de imprensa do Estado e garantia a liberdade de opinião aos colaboradores do jornal: "...Dos conceitos emitidos, como conseqüência natural e lógica da liberdade que lhes deixamos, serão os autores exclusivos responsáveis..."

Pouco antes da Revolução de 30, o jornal foi vendido para os Associados, de Assis Chateaubriand, que expandia seus negócios no Sul, com a TV Piratini, Rádio Farroupilha e A Razão, de Santa Maria/RS, que acabou sendo comprado por Celito e o irmão Luizinho de Grandi. Algum tempo depois Luizinho morreu assassinado durante um assalto e, em 1992, Celito se desligou da sociedade. O jornal está sendo dirigida pela viúva, Zaira De Grandi.

O autor estruturou a obra aos moldes de um jornal,com cadernos e suplementos. Reproduz fotos,trechos de depoimentos e um texto de Ernesto Corrêa sobre a história dos Associados no Sul. Narra histórias pitorescas envolvendo os profissionais do jornal,o período em que deixou de circular em 1954 devido a um incêndio, voltando à ativa um ano depois até o fechamento definitivo,em 1979.

Ernesto Corrêa morreu em 1978, aos 71 anos, vítima de câncer. No dia 30 de dezembro de 1979 circulou o último exemplar do Diário de Notícias.

Celito de Grandi foi repórter do jornal sobre o qual escreveu o livro
Longo trabalho de pesquisa


A tarefa de contar a história do Diário de Notícias esteve por muito tempo nos projetos do jornalista Celito De Grandi, 63 anos e 44 de profissão. Afinal, o jornal teve durante a sua existência de 54 anos, uma importante presença na vida política, social e econômica do Estado.

A história do Diário tem um personagem principal, o jornalista e empresário Ernesto Corrêa que dirigiu o jornal por 43 anos e foi um dos fundadores do curso de Comunicação Social da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul).

Celito De Grandi começou a vida profissional como repórter do Diário de Notícias, em 1961, posteriormente assumindo o cargo de diretor, no qual permaneceu até 1973.

No Diário conheceu a jornalista Ione Garcez Vieira, mãe do seu filho Rodrigo. Foi diretor da sucursal gaúcha do extinto Correio da Manhã e exerceu diversos cargos públicos.Atualmente, ocupa o cargo de coordenador-geral de Comunicação do Estado do Rio Grande do Sul. É autor do livro Loureiro da Silva, o Charrua, pelo qual recebeu o prêmio Açorianos de Literatura.
Com a publicação do Diário,Celito De Grandi recebeu o troféu Hipólito José da Costa, da ARI (Associação Riograndense de Imprensa),como reconhecimento à contribuição, à pesquisa e à história da imprensa gaúcha.

Ele diz que estava sendo cobrado por amigos e colegas para que escrevesse um livro, resgatando a trajetória do jornal e do seu diretor.Sempre achou que esse trabalho deveria ser feito a quatro mãos, com uma visão e uma pesquisa mais ampla e abrangente.Todavia, acabou por se comprometer com a família de Ernesto Corrêa, principalmente com o filho, Fernando Ernesto Corrêa, numa homenagem ao centenário de nascimento do jornalista. O resultado foi o livro Diário de Notícias - O romance de um jornal.
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Transcrito do Jornal da ANJ

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